CARÊNCIA CONTRATUAL EM PLANOS DE SAÚDE: O QUE VOCÊ PRECISA SABER

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Como especialista em Direito da Saúde, um dos temas que frequentemente surge em ações contra planos de saúde é a carência contratual. A carência é um período durante o qual o beneficiário do plano de saúde não tem direito a coberturas para determinados serviços e procedimentos. No entanto, é fundamental que essa carência esteja de acordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela legislação vigente.


Previsão Legal da Carência Contratual
De acordo com a legislação brasileira e as normas da ANS, as carências para planos de saúde são reguladas de maneira específica:

  • 180 dias para procedimentos de forma geral, como consultas e exames.
  • 300 dias para partos a termo, ou seja, aqueles realizados a partir da 37ª semana de gestação.
  • 24 horas para situações de urgência e emergência, que são condições que exigem atendimento imediato para preservar a vida ou evitar complicações graves.
  • 24 meses para doenças ou lesões preexistentes para exames de alta complexidade, desde que a Doença ou Lesão Preexistente (DLP) tenha sido identificada no momento da contratação do plano.

Essas previsões visam garantir que o plano de saúde funcione de maneira equilibrada e que o beneficiário tenha acesso adequado aos serviços conforme a necessidade e urgência.


Problemas com a Aplicação Abusiva da Carência
Infelizmente, é comum observar práticas abusivas por parte de alguns planos de saúde, que distorcem as regras de carência para se esquivar da cobertura de serviços essenciais. Um problema recorrente é a alegação de carência excessiva em casos de urgência e emergência.

Por exemplo, alguns planos podem alegar que o beneficiário precisa cumprir uma carência de 180 dias, 300 dias ou até mesmo 24 meses para receber atendimento em situações que, pela lei, deveriam estar cobertas imediatamente (no prazo de 24 horas). Essa prática é não apenas ilegal, mas também prejudica gravemente a saúde e o bem-estar dos segurados.

O Que Fazer Se Você Enfrentar Carência Abusiva?
Se você se deparar com uma situação em que o plano de saúde está impondo uma carência abusiva, é crucial agir para proteger seus direitos. Aqui estão algumas etapas que você pode seguir:

  1. Documente a Situação: Mantenha todos os registros das comunicações com o plano de saúde, incluindo e-mails, cartas e gravações de ligações. Esses documentos serão essenciais para qualquer ação legal.
  2. Verifique o Contrato: Analise cuidadosamente o contrato do plano de saúde para confirmar os períodos de carência estabelecidos e garantir que eles estejam em conformidade com a legislação.
  3. Consulte um Advogado Especializado: Um advogado especializado em direito da saúde, como eu, pode ajudar a avaliar a situação e tomar as medidas legais adequadas para assegurar que seus direitos sejam respeitados.
  4. Reclame Formalmente: Se o plano de saúde estiver violando as regras, faça uma reclamação formal por escrito. A ANS também oferece canais de atendimento para registrar queixas.


Conclusão:

A imposição de períodos extensivos de carência para terapias prescritas em caráter de A carência contratual deve ser aplicada conforme as normas legais, garantindo que os beneficiários tenham acesso justo e imediato aos serviços de saúde necessários. Infelizmente, abusos podem ocorrer, mas é possível combatê-los com conhecimento e orientação jurídica adequada. Se você estiver enfrentando problemas relacionados à carência abusiva, não hesite em procurar ajuda especializada para assegurar que seus direitos sejam defendidos e que você receba o atendimento a que tem direito.

Para mais informações ou para agendar uma consulta, entre em contato conosco. Estamos aqui para ajudar você a enfrentar e resolver questões relacionadas aos planos de saúde.

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